8 de Agosto de 2018
A cada real investido em saneamento básico, outros R$ 4 são economizados na rede pública de saúde
No último 5 de agosto, foi celebrado no Brasil o Dia Nacional da Saúde. A data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária, despertando na população o valor da saúde. A data é oportuna também para lembrar da relação entre saúde e saneamento básico - área que ainda é um enorme desafio para o Brasil. No país, metade da população não tem acesso aos serviços de esgotamento sanitário, o que coloca milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Médicos, sanitaristas e pesquisadores de diversas áreas já comprovaram que os investimentos em saneamento básico desempenham um papel fundamental no avanço da saúde pública, reduzindo a incidência de doenças como diarreias, hepatite A, leptospirose e dengue. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada R$ 1 real investido, outros R$ 4 são economizados no sistema de saúde.
De acordo com a especialista em Clínica Médica, doutora Andressa Grilo, de Cachoeiro de Itapemirim (ES), a falta de saneamento básico é uma das principais formas de contágio de diversas doenças. O contato com água suja, esgoto a céu aberto e rios contaminados levam a internações e afastamentos por doenças como as infecções gastrointestinais, por exemplo. “Por isso, saúde e saneamento básico estão intimamente ligados”, destaca a médica.
“O déficit de saneamento é um dos fatores determinantes para a taxa de internação por diarreia, importante indicador de qualidade de vida e saúde”, diz Herbert Dantas, diretor da BRK Ambiental em Uruguaiana (RS), empresa responsável pelos serviços de saneamento da cidade. “Por isso temos que investir na universalização dos serviços”.
Segundo estudo realizado pelo Trata Brasil, uma cidade saneada, ou seja, com acesso universal a água e esgoto, tem, em média, 17 internações por diarreia por ano para cada 100 mil habitantes. Já as cidades sem acesso a estes serviços, a média é de 111 internações para cada 100 mil habitantes.
Diferentemente de boa parte dos municípios brasileiros, onde o saneamento básico é ainda um enorme desafio, o que coloca milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, Cachoeiro de Itapemirim acaba de comemorar um marco, com a concessão dos serviços de água e esgoto tendo completado, no mês de julho, 20 anos de atuação, com indicadores que são considerados exemplos.
O município foi um dos primeiros no país a recorrer à iniciativa privada para elevar os índices de saneamento básico. No início da concessão, em 1998, a cidade contava com apenas 5% do esgoto tratado e o abastecimento de água era deficitário em diversas regiões do município. Hoje, 99,57% da população de Cachoeiro de Itapemirim é abastecida com água potável. A cidade ainda conta com 98,06% do esgoto coletado, dos quais 98,47% são tratados.
Já em Uruguaiana, desde 2011 a BRK Ambiental trabalha para elevar os índices de saneamento do município, que passaram de 9% para os atuais 94% em atendimento em esgoto. Com o objetivo de promover a cultura do saneamento junto à população, semanalmente a empresa realiza ações de educação ambiental nas escolas, instituições, empresas e universidades.