Forbes: BRK assume a missão de melhorar os padrões ESG no Brasil

Forbes: BRK assume a missão de melhorar os padrões ESG no Brasil

Notícias Aug 05, 2022

4 de Agosto de 2022

Fazer o tratamento de esgoto de um volume equivalente a 100.000 piscinas olímpicas por ano não é para os fracos. O desempenho exemplar da BRK só é possível com o uso das tecnologias certas. A empresa implementou o SAP S/4HANA em 2020. 

960x0

Quando a BRK chega a uma nova região, ela constrói mais do que um sistema de esgoto. A empresa é uma das maiores empresas privadas de saneamento no Brasil – um país de mais de 200 milhões de habitantes, dos quais metade não tem acesso a redes de esgoto.

“Existe uma grande necessidade”, disse Alain Arcalji, Vice-Presidente de Serviços Compartilhados da BRK, durante a Conferência Internacional de Utilities (International Conference for Utilities) realizada recentemente em Munique, na Alemanha, apresentada pela SAP e pela TAC Events.  “Levar acesso a água limpa e saneamento às pessoas equivale a levar a elas dignidade.”

 

Melhorando vidas

Na grande maioria das favelas brasileiras, o esgoto não é tratado e é lançado diretamente nas ruas ou em córregos próximos. A falta de saneamento está diretamente relacionada a uma ampla gama de problemas ambientais, sociais e de saúde.

Quanto maior é o déficit de acesso a esgotamento sanitário adequado, menor é a expectativa de vida ao nascer.  Todos os anos, centenas de milhares de trabalhadores no Brasil faltam ao trabalho por problemas gastrointestinais associados à falta de saneamento. Estudos mostram que crianças com acesso a saneamento apresentam nível de escolaridade 18% superior àquelas sem acesso. Além de causar sérios riscos à saúde, a falta de saneamento gera extensos impactos ambientais negativos.

“O saneamento é um elemento básico na melhoria da qualidade de vida e na garantia de condições de vida seguras e saudáveis aos habitantes”, diz Arcalji. “Mas mais importante ainda é o fato de que vamos além do básico. Fazemos com que as pessoas se sintam bem consigo mesmas e com suas comunidades. Já vi bairros prosperarem depois da instalação de saneamento. Onde corria esgoto a céu aberto, as pessoas estão pintando as paredes de branco com cal. Onde antes era um terreno baldio, as pessoas estão plantando árvores e fazendo hortas.”

O propósito da BRK é transformar a vida das pessoas. A estratégia da empresa está totalmente alinhada com todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, mas o objetivo número 6 – garantia de acesso a água e saneamento para todos – é o principal negócio da companhia. A jornada para melhorar os índices de saneamento está cheia de obstáculos e é dificultada por interesses políticos conflitantes, especialmente no que se refere a investimentos.

A opinião pública, por outro lado, é obviamente positiva. A empresa, que opera 22 concessões e atende 16 milhões de clientes, trabalha lado a lado com os órgãos públicos locais na negociação de contratos, garantia de financiamentos e licenças, construção e gestão de infraestrutura e aumento da conscientização.

“As redes de abastecimento de água no Brasil são antigas e apresentam falhas. Somente 60 de cada 100 litros de água que passam pelo sistema de tratamento são realmente usados”, explica Arcalji. Embora o Brasil integre a maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica, milhares de quilômetros e muitas regiões áridas a separam das maiores cidades do país e das atividades industriais que se concentram na região sul. Atender às necessidades das comunidades no quinto maior país do mundo requer um nível considerável de investimentos em novas infraestruturas, inclusive milhares de quilômetros de redes e sistemas de saneamento.

Apresentar relatórios precisos dos fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) está no topo das prioridades da empresa. Em 2021, a BRK foi considerada a empresa número 1 em classificação de risco ESG em gestão de água pela Sustainalytics, fornecedora global de pesquisas, classificações e dados analíticos de alta qualidade nas áreas ambiental, social e de governança (ESG) gerados para investidores institucionais e empresas. Em nível global, a BRK ficou em 4º lugar.

“Estamos muito orgulhosos desses resultados”, diz Arcalji. “Nossa meta é atingir zero emissões até 2040, 10 anos antes da meta definida pelas Nações Unidas. E queremos reduzir a perda de água de 35% para 25% até o final desta década.”

 

Aumentando a eficiência

Tratar um volume equivalente a 100.000 piscinas olímpicas de esgoto por ano não é para os fracos. O desempenho exemplar da BRK só é possível com o uso das tecnologias certas. A empresa implementou o SAP S/4HANA em 2020.

Arcalji, que é responsável por todos os serviços compartilhados da BRK, incluindo TI, gestão de fornecedores e planejamento financeiro, recebeu a tarefa de liderar o projeto de transformação duas semanas antes do início da pandemia. Na mesma época, o Brasil adotou um novo marco regulatório que pretendia oferecer acesso a água limpa a 99% da população e instalações adequadas de esgoto a 90% da população até 2035. Sem normas federais em vigor, a implementação desses projetos fica a cargo dos estados e municípios que, por sua vez, dependem de parcerias com entes públicos e privados com empresas como a BRK.

“O cenário competitivo mudou praticamente da noite para o dia”, diz Arcalji. “O SAP S/4HANA nos deu a agilidade necessária para começarmos a trabalhar com as novas concessões e consolidar plataformas e sistemas legados, além de oferecer uma plataforma robusta que permite um crescimento sustentável. Com o SAP, podemos lidar com uma disparada na concorrência, além de oferecer a nossos clientes serviços digitais, uma necessidade absolutamente crucial nos dias de hoje.”

De acordo com Arcalji, o projeto foi tão bem-sucedido graças a uma campanha de comunicação voltada à conscientização sobre a importância da transformação. Além disso, os responsáveis pelos processos tiveram total autonomia sobre suas áreas e receberam um voto de confiança de que tomariam as decisões corretas. Consequentemente, a BRK tem agora uma única fonte de dados e informações, com processos totalmente padronizados e otimizados, e capacidades analíticas que cobrem todos os aspectos do negócio. Também foi possível reduzir drasticamente os sistemas legados, gerando ganhos significativos no custo total de propriedade.

Arcalji fez grandes elogios à sua equipe de 100 pessoas que o ajudaram a garantir uma implementação bem-sucedida em 12 meses. Ele concluiu dizendo que a migração de um sistema ERP é como lançar um foguete.

“Você pode testar todas as partes o quanto quiser, mas só vai saber se funciona depois que ele for lançado”, diz Arcalji. “Depois disso, não tem volta; ou ele cai ou ele voa. O nosso voou alto.”

 

Texto por Judith Magyar 

Tradução de matéria postada originalmente em Forbes.com