Galerias pluviais e redes de esgoto têm papéis distintos e a utilização indevida desses sistemas pode trazer diversos problemas para a população
31 de janeiro de 2020
Já a rede de esgoto tem como objetivo levar os efluentes sanitários (águas que utilizamos para tomar banho, lavar louças e dar descarga, por exemplo) dos imóveis até as estações de tratamento (ETEs). Lá, o esgoto recebe o tratamento adequado para que possa retornar ao meio ambiente sem causar prejuízos.

Com o período das chuvas típicas do verão, todos devem estar atentos a um problema que compromete a eficiência operacional do sistema de esgotamento sanitário pode gerar transtornos para a população: a interligação indevida da água de chuva na rede de esgoto. Tal prática, muitas vezes causada por desconhecimento sobre o assunto ou ligações clandestinas, é proibida por lei, pois contribui com o entupimento e o vazamento de esgoto em vias públicas, além de provocar o refluxo do efluente pelos ralos e vasos sanitários de domicílios e estabelecimentos comerciais.
As galerias pluviais são conjuntos de tubulações que têm como objetivo captar, transportar e drenar a água da chuva até rios, córregos ou canais. A sua instalação e manutenção é de responsabilidade da Prefeitura. Como a água da chuva não passa por tratamento específico para retirar impurezas e é conduzida diretamente para os corpos hídricos, é importante que não haja mistura com o esgoto para evitar a contaminação e poluição desses bens naturais.
Como identificar?
Mesmo com todo controle e monitoramento do processo, a utilização indevida dessas redes pode trazer diversos problemas para a população, principalmente com as chuvas. Mas como reconhece-las? Há algumas diferenças básicas entre elas. A drenagem pluvial coleta as águas de chuva por meio das “bocas de lobo”, que geralmente são retangulares e ficam próximas às calçadas. Já as redes de esgoto coletam apenas os esgotos sanitários por meio das ligações que interligam as residências à rede pública.
E a ligação entre as galerias pluviais e a rede de esgoto pode ocasionar diversos problemas nas infraestruturas existentes. Isso porque, segundo as normas técnicas e definições da Engenharia Sanitária, as diferenças entre as galerias pluviais e a rede de esgoto estão, além da sua função, estão principalmente em seus diâmetros, profundidades, materiais constituintes e volumes de água transportada. As redes coletoras de esgoto são normalmente de diâmetros menores (menor volume), mais profundas e de material plástico. Já as galerias de águas das chuvas têm diâmetros maiores (maior volume), são menos profundas e normalmente são em concreto.
Além disso, os sistemas de bombeamento também são projetados apenas para o esgoto sanitário, vazão muito mais baixa em comparação à de águas pluviais. E ao ser direcionada para o sistema de esgotamento sanitário, a água da chuva faz aumentar o volume recebido pelas estações, o que pode prejudicar a eficiência do processo.
Vale lembrar que o contrário, quando a rede de esgoto se mistura às galerias pluviais, também causa grandes problemas, como o lançamento de esgoto sem o devido tratamento em corpos d’água, além de causar a contaminação do solo e de aquíferos subterrâneos.
- O descarte inadequado do esgoto afeta toda a população. Então cabe a todos cumprir o seu papel no ciclo do saneamento, fazendo a ligação a rede de esgoto onde ela está disponível. Assim é possível ter uma cidade mais saudável e com qualidade de vida para os seus cidadãos – finaliza o diretor da BRK Ambiental Macaé, Sergio Trentini.