17 de setembro de 2021
Programa Cidade Saneada esclarece como o descarte de óleo prejudica o meio ambiente e o sistema de esgotamento sanitário
Apenas no primeiro semestre deste ano, a BRK Ambiental, parceira privada da Compesa no Programa Cidade Saneada, realizou mais de 870 serviços de desobstruções nas redes de esgoto entupidas com óleo de cozinha na Região Metropolitana do Recife (RMR) e cidade de Goiana. Em 2020, foram registrados 1.909 atendimentos apenas com esse tipo de gordura. Esse número corresponde a aproximadamente 43% das ocorrências de desobstruções.
O descarte do óleo de cozinha realizado na pia, tanque ou vaso sanitário pode parecer um simples ato inofensivo, quando, na verdade, é uma ação irregular e que se caracteriza como um vilão para o meio ambiente e para a rede coletora de esgoto. “É ainda mais grave quando o óleo solidificado entra em contato com outros descartes incorretos. É formada uma crosta rígida que pode ser comparada ao concreto e só conseguimos retirar com intervenções profundas”, explica o gerente de Manutenção de Redes de Esgoto da Compesa, Reginaldo Lopes.
Apenas um litro de óleo de cozinha usado é capaz de poluir cerca de um milhão de litros de água, contaminando córregos, rios ou qualquer solo que tiver contato. Além disso, é comum o líquido se solidificar e entupir tubulações. Os prejuízos sociais causados pelo entupimento também envolvem mau cheiro nas residências, pontos comerciais, nas vias e transtornos para o sistema de saneamento. Deste modo, é necessário gerar consciência coletiva e seguir as orientações de cuidados e descarte.
“Dentro dos imóveis, é primordial fazer uso das caixas de gordura e mantê-las sempre limpas. Se possível, a caixa de inspeção deve ser acessível, para identificar com mais facilidade problemas no esgotamento. Os clientes devem manter separadas as redes de esgoto das tubulações de água pluvial e realizar diariamente o descarte correto do lixo e óleo de cozinha usado. Você pode até armazenar o óleo de cozinha em garrafas descartáveis usadas e entregar nos pontos de coleta da cidade”, aponta o gerente de Operações da BRK em Pernambuco, Adriano Barbosa.
O Programa Cidade Saneada atua para sensibilizar a população sobre esse impacto do descarte incorreto do óleo de cozinha. Por isso, está promovendo uma maior interação entre as equipes de Manutenção de Redes e Responsabilidade Socioambiental, no que se refere às ações para mitigação do descarte de óleo e posterior acúmulo de gordura na rede e nos ramais de esgoto.
Na RMR, os problemas de entupimento com gordura são responsáveis por boa parte das ocorrências de desobstruções, daí a importância das ações socioambientais. “O trabalho consiste em realizar visitas e monitoramentos nos imóveis onde há reincidências de ordens de serviços de desobstruções ocasionadas por gordura, através das equipes de manutenção de redes e equipes do social. O diálogo com a população é uma tarefa importante, pois todas as ações tornam- se inviáveis se o usuário não for consciente do seu papel”, destaca Adriano.
Selo amigo do meio ambiente
O Programa Cidade Saneada desenvolve uma ação de fiscalização com restaurantes, lanchonetes, padarias e bares para a regularização e manutenção das caixas de gordura desses imóveis. As fiscalizações são realizadas com intuito de conscientizar os clientes sobre a necessidade da caixa de gordura e a importância da manutenção periódica das mesmas. Quando um estabelecimento está com a caixa de gordura em dia com a manutenção, ele recebe o “Selo Amigo do Meio Ambiente”, que atesta o compromisso com práticas corretas de preservação do meio ambiente. Já foram fiscalizados mais de 2.965 estabelecimentos comerciais e 1096 possuem o selo.